segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

     Tudo corre bem.

     O blogue está chegando ao fim, devo dizer. Estou em um novo ciclo, o blogue é d'outro ciclo que acabou de terminar.
      Ao menos, para as pessoas que acessam este endereço, revelarei quem sou.

      Um grande abraço para todos.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Pequena Nota Em Tempo

     É melhor ter amigos, não tê-los ou tê-los longe? Não sei, mas o G.I. disse-me: "O teu problema é que você vive sempre só e suas atividades diárias ajudam nisso". Normal, logo passa. Calminha para mim!

     Meu problema agora é que estou aflito por não ter estudado meu violino hoje. Estou orgulhoso de mim mesmo, sei que fiz bem em todos os meus últimos passos. E meu pai decidiu me visitar todos os dias, como nunca antes. E como ele faz questão de sentir meu toque! Meu desejo interno é de avisá-lo que não estou em tempo para visitas calorosas do gênero, mas não quero magoá-lo.

     Acho que nunca terei V. e ele nunca me terá. Ando tão sabendo de nada nos tempos de hoje. Nem sei se não sei de fato ou se estou mentindo. Não sei... O pior é que sou cético. Que nada de ar estou. Mas bem que ar só é nada em meu pensamento. Ar é algum coisa. Aliás, toda coisa que não é "coisa" mesmo sempre é alguma coisa. Nós que somos intolerantes e egocêntricos. Sempre haverá algo além de nós, é o infinito.

     Não sei de meu futuro. Que angústia e dor não saber d'ele me provoca. Mas e o presente? Farei de meu presente angústias e dores pelo que ainda me será presenteado? Pensando bem, é melhor não fazê-lo.

     Farei compras. Violino novo, vida nova. Eu amo meu atual violino. Aliás, eu amo sua aparência de violino profissional, antigo e valioso. A verdade é que ele é um Eagle VK 644. Não, ele é o Apóllimes. De qualquer modo, causo admirações com a sonoridade que posso extrair dele em condições de um violino que não é ótimo e nem bom, só regular.
     Dessa vez eu quero um violino secular, com cerca de 150, 200 ou 300 anos, no máximo, e com assinatura de luthier, francês ou italiano — fico extremamente em dúvida em tal parte. Os franceses parecem durar mais. Mas os italianos geralmente só têm fama, mas possuem uma sonoridade tão sedutora, são cheios de harmônicos, doces nos agudos e impactantes nos sons graves. São, de fato, encantadores. A verdade é que, no fundo, eu quero um equilíbrio desequilibrado.

     Percebi que é só falar, escrever, pensar em violinos ou em curvos que meu ar, tom e expressão mudam completamente. Estava a assistir a um filme com minha irmã, e eu me distraía ouvindo as notas em mim de arpejos em Sol Maior de três oitavas. Ela ainda pensa que estava notando detalhes do filme...

     Preciso dormir.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Fluxo II e Memória V

"vou confessar, estou quase desistindo... como assim??, fiz planos por 1, 2, 3, 4, 5 6, 7, 8, 9, 10 dez meses e vou para agora? logo agora? parece que nem mesmo a carta da Clair levantou os ânimos. vou fechar o blogue... — O que tem a ver o blogue? —  milhas longe é onde a minha depressão está, mas é bem verdade que tem momentos que sinto vontade de fazer nada, nem música, nem história, nem literatura, e parar... parar... vou continuar..., mas não por haver um forte motivo interior que faz impulsioná-lo, por algo externo e que não posso compreender. é algo que não se pode ver. nem sentir não se pode. sentir?? ... eu vou por ir... e vou... não sei para onde irei mais... mas irei... irei por ir... é insistir para existir... acho que é o cansaço físico, mais minha nostalgia, e as dores por todo o corpo causado pelo meu violino... preciso de um médico... mas só depois da viagem... não posso não viajar... o que há de me ocorrer nos próximos seis meses? e nos próximos oito anos, o que há de me ocorrer? que horror é o escuro do destino... escuro seco, gosto de algo molhado de preto... molhado de mar... de mar agitado porém lento... molhado de mim sobre o mar... molhado de mim sobre o mar e sob nuvens pouco espessas... finas... agudas... agudas como lá... lá menor — É o tom de uma música. — ... vou ler... amar é o que me sobra... acho que a diferença ente mim e meu pai é que eu ainda tenho esperança na humanidade e ele, por suas experiências pessoais, a perdeu num processo lento de misantropação ... — É o que acontece quando se escreve pensamentos.   não tenho dúvidas que isso o tornou a figura que ele é, uma adição de sabedoria, ignorância, filosoficamente falando, sentimentalismo, melancolia, pessimismo e indiferença por tudo da vida. gostaria de ser como qualquer um... gostaria de não saber de nada... viver sem sentir a realidade... viver num mundo pequeno onde a ignorância e a escuridão seriam os saberes supremos...  hora de ir...

     Confesso que gostaria muito de ficar com meus pensamentos. Gosto de pensar e escrever o que penso, sem censura. Foram pouquíssimos minutos de pensamento o que eu escrevi. Hora de ir, tenho aula. E posso imaginar que bela aula será já que não conseguir progredir o que deveria hoje. :(

Memória V


O Lago das borboletas divinas criadas por Deus.

Que peso!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Memória IV

     Estou estudando um concerto de Vivaldi. Sei que estou fazendo algo impossível para alguém que começou a estudar música tão tarde — tão tarde pelo meu pai que queria que eu fosse um advogado —, mas meus ouvidos sempre exigem perfeição mesmo quando meu professor diz "está bom, rapaz". Antes que eu me esqueça, tal é o concerto — a interpretação seguinte é a mais semelhante à minha interpretação. Para deixar claro, não suporto a interpretação virtuosa-academista de Fabio Biondi, apesar de admirá-lo em todas as suas façanhas barrocas —:



     Partilho convosco por estar felicíssimo. Ele deve-se ao fato de conseguir dar um Mi muito bem afinado entre o vigésimo e trigésimo segundo do primeiro minuto da interpretação que postei.

     Esses dias tem sido de grandes descobertas: descobri que meu pai escreve,descobri que meu pai é sentimental e melancólico quanto eu, descobri que ele também escrevia na adolescência; descobri que ele escrevia poesia no sótão de sua casa; descobri que meu amor pode ser muito bem correspondido pelo V.; descobri que meu pai escreve datas como eu escrevo, sem caracteres separativos dos números das datas, meses e anos; descobri que eu e meu pai temos mais coisas em comum do que pensávamos.

     O fato do V. foi como assim: era réveillon, faltavam cerca de 90 minutos para se findar o 2012, estava a ir para a praia ter com a família. Meu objetivo, depois de esquecer o tempo enquanto estudava música, era chegar a tempo dentro de um táxi num trajeto congestionado. Entre tudo, não parava de pensar em V. Ele disse que também teria com a família, mas em Porto. Foi então que decidi lhe escrever uma pequena mensagem via telefone móvel. Escrevia, e escrevia sem consciência. Não me reprimia, logo disse de meu amor para ele.
     Pensei em apagar as palavras reveladoras e ditas, mas lembrei do que o L. B. T. disse-me: "Ele é feito de átomos. Você pode tocá-lo. Beija logo ou então eu atravesso o oceano para te fazer beijá-lo." Eis um trecho da mensagem que enviei para V.: "... Bom réveillon. (Aqui há um parágrafo)  Em tempo, te dou todo o meu amor e de todo o mundo. (Parágrafo) Abraço, A." (Nota: 22331831122012)
     No outro dia, após tomar um banho, liguei para ele. Conversamos por bastante tempo. Falamos das nossas atividades nos primeiros dias do ano, eu falei de meus estudos, ele me deu alguns conselhos e pediu para eu não ficar ansioso; depois fiz ouvi-lo falar de seus planos de estudos para 2013. Como nas conversas despretensiosas, onde não há o trajetória das palavras é a ausência dela, é a presença do ar como caminho apenas, falei de meus planos para o francês e inglês em 2013. Não citei meu romance e minhas novas inspirações, que pretendo deixar para 2015, se nada me melhor me vier.
     No fim, algo que eu realmente não esperava: ele despediu-me de mim com um beijo. Foi "Beijo!". Fui recíproco; e vibrei quando desliguei o telefone.
     Homens pernambucanos, ao menos eles, não têm o hábito de se despedirem com um beijo em qual' que seja a situação. Tenho muitos conhecidos, de todas as partes da Terra. Trato-os, numa parte maior e considerável, como fui tratado pelo V. na despedida. Então não me seria surpresa um beijo. Mas o V., como pernambucano e não possuidor de tais hábitos, fez-me vibrar em alta intensidade. Foi um progresso. O R. W. falaria: "Até que fim... mas eu gostaria de ser devagar assim."
     O fato que eu não me preocupo, por amá-lo como nunca poderei amar outra pessoa. Quero-o feliz, só. Que seja o que há de ser!

     Andei pensando que o final de Ar e Água terá uma partitura com a música de nosso amor. Claro que eu mesmo farei o arranjo. E , instrumentalmente, pretendo deixar a música mais complexa, com mais veleidades. Terá piano, theremin, um instrumento que pretendia apresentar a vós em "Sobre Quaisquer Cousas", e mais alguns outros instrumentos que estou a decidir se e de. Em fim de escrita, eis o theremin:



     A thereminista querida é a Clara Rockmore. Talvez, depois, eu faça disponibilizar um disco dela. 

     P. S.: Como tenho orgulho dessa orquestra. O governo há de pagar meus trânsitos aéreos se eu estiver longe de Pernambuco e compondo a orquestra ao mesmo tempo nos próximos anos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Perto de Clarice

 Venho, após chegar em casa e após uma dia que foi o mais perfeito da minha vida segundo meu pai, partilhar uma imperdível pérola virtual. A sério, Clarice sempre será minha melhor.