segunda-feira, 12 de novembro de 2012

     Já estou a aceitar presentes natalinos: http://www.skoob.com.br/livro/201858/

A mosca da nota e outras cousas

     Fiquei pensando, antes de vir por cá, se deveria postar ou não. Postá-lo-ei, decididamente. Mas antes...

     Perdoem-me. Vi que há novos visitantes por cá. Pode haver uma confusão na mente de vós ao abrir este blogue. Ele é íntimo e muito sentimental e piegas. A minha vida é um sistema solar que nem um humano sequer visitará, um sistema solar tão distante que nossas percepções caem por terra. Minha vida é madeira e pó sobre a mesa. Minha vida é cotidiana, é uma maçã. É isso, tenho a vida de uma maçã bem vermelha. Uma maçã que nunca será posta nas bocas dos que pensam como grandes homens. E se puserem, só visualizarão a sombra de minha vida, como só conseguiram visualizar a sombra dum átomo (http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=foto-sombra-atomo&id=010165120704).
     Não precisam continuar lendo. Eu, de fato, uma dia tornarei esse blogue privado, como o diario que escrevo desde os sete nos de idade. Não sofrerei se ficar só. Entretanto, já que até é comum as estrelas agruparem-se pela gravidade, uma boa companhia seria como o café que eu não gosto tanto (prefiro chá). Uma boa companhia seria uma boa companhia (acho que estou no meu ponto alto de sentimentalismo no blogue).

     Bom, vamos ao referido em "postá-lo-ei" no início do poste. Meu dia fora ótimo. Dessa vez eu fui para a casa de praia da família. Eu tive a oportunidade, lá, de relaxar e tornar a pôr minhas energias.
     Antes que eu comece a escrever novamente notas de diário por cá, transcreverei a minha última nota no meu diário pessoal, nunca antes publicado aqui. Publicá-lo-ei por achar ter acertado na mosca. Até enviarei por carta para a pessoa sobre quem falo nele.  Façam conferir:

"Cabo, a 12 de novembro de 2012

     Música e literatura. Música e literatura. Música e literatura. Música e literatura. Música e literatura. Música e Literatura. Música e Literatura. Música e Literatura. Música e Literatura. Música e Literatura.

     Acordei às 14h no dia 11. Estou tão distante do V. — o nome foi abreviado apenas cá —, ao menos é como me sinto — sinto-me nostálgico, em súmula —.

     Quem era eu? Eu era um futuro teólogo. Que hei-de ser no futuro do futuro, pois? Por isso, não prometerei que nunca mais amarei ninguém.

     Eu tenho certeza. Eu a tive quando estávamos num autocarro. Antes era-me incognoscível o que eu sentia. O meu enternecimento na presença dele estava além de mim, mas ele — meu amor — agora é "Ele", e respira como uma máquina biológica. Eu tenho ciência, não sou apenas dominado. Ele, dessa vez o V., estava a olhar, absorvido em pensamento, para fora da janela. Fôra um daqueles dias que nos deixam exauridos e ansiosos por silêncio revigorante. Tudo o que desejei naquele momento foi tocar a sua mão, apertá-la e, com isso, como se houvesse uma ligação  intensa entre nós dois passar, a minha energia, que o acalmaria e fá-lo-ia sentir-se bem; também senti desejo de acariciá-la. Dele, eu poderia ter apenas aquilo, um único toque, uma única delicadeza, um único ato leve, mas eu seria o homem, de modo impecável, mais feliz do mundo, e para sempre.

     E se eu, em sonho, apenas ou ao menos, pudesse tocar seus lábios. Ah! então eu estaria pronto para morrer. Nem minha música seria importante. A única música que dura para sempre, que transpassa as imponências temporais, é a que os nossos ouvidos nunca hão de perceber, é o silêncio. Mas o meu amor, esse eu levarei, para sempre, em meus átomos, o levarei ao ataúde."

     É, na mosca eu acertei. Só não sei o que fazer com ela. Acho que não prenderei a mosca — fui profundo: o amor elucidado é um mosca? —, mas a porei em meu quarto. Não me importo se ele quiser sair pelo mundo  e mostrar suas asas transparentes para ele.

     Por último, vou organizar mais algumas coisas aqui no blogue. Criarei uma tag para a "música da semana", para o "livro do mês" e para "sobre cousas quaisquer". Os dois primeiros assuntos são deduzíveis, mas penso ser necessário explicar-lhes do último: eu falarei acerca d'algo aleatório. Por exemplo, eu escolhi falar sobre chaves agora mesmo. Então, eu vos falarei acerca de chaves agora mesmo.

    Não corrigi nada. Estou sonolento. Quero adormecer com meu violino ao lado lendo algo impessoal.

    Boa noite estrelada para vós (estou tão pouco melancólico para quem assistiu Trier hoje)! :]